Entenda o conflito entre Ucrânia e Rússia e porque esse tema pode cair no vestibular

A geopolítica mundial passa por uma verdadeira reviravolta nesse início de 2022, por causa da invasão da Ucrânia pela Rússia e a consequente guerra resultante do ataque. O assunto é quente e pode estar presente nas provas dos próximos vestibulares e do ENEM. Com a ajuda do professor Reginaldo, do curso Prime em Londrina, descomplicamos o assunto para você entender o conflito desde o início. 

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Rússia e Ucrânia: como tudo começou

A Ucrânia, até 1991, era um dos 15 países integrantes da extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Por seu solo fértil e por ser populosa, concentrava importante produção agrícola e, por isso, era considerada estratégica no conjunto de repúblicas. Conhecida pelo acidente nuclear de Chernobyl, ocorrido em 1986, a Ucrânia também concentrava parte do arsenal militar e nuclear da região. 

O professor Reginaldo explica sobre a Ucrânia no vídeo abaixo: 

 

Em agosto de 1991, a Ucrânia declarou a independência da União Soviética, poucos meses antes da URSS ser dissolvida. Com isso, se tornou o país com o 3º maior arsenal atômico do mundo. Não tinha, porém, o controle operacional das armas nucleares, pois abriu mão de suas ogivas em favor da Rússia. A moeda de troca foi a garantia de que suas fronteiras seriam respeitadas e o país não seria atacado pelos russos. 

Ocorre que, com o fim da União Soviética, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) enxergou uma oportunidade de se expandir para o Leste Europeu e passou a incorporar países da região, como Lituânia, Letônia, Estônia, Polônia e Romênia. Em 2008, foi a vez de tentarem incorporar a Ucrânia, até então considerada área de influência russa. 

Na época, o atual presidente Vladimir Putin já estava no poder e se posicionou absolutamente contra essa manobra. Afinal, por sua localização, a Ucrânia funciona como uma “barreira” às influências do ocidente nos países da região. 

Além disso, pelo território ucraniano passam importantes gasodutos e oleodutos que levam petróleo e gás natural da Rússia para a Europa Ocidental (lembrando que Rússia, Estados Unidos e Arábia Saudita são os maiores produtores mundiais de petróleo), o que torna o país muito estratégico na região. 

Por fim, a Ucrânia tem províncias como Donetsk e Lugansk com fortes ligações - inclusive linguísticas - com a Rússia, como explica o professor Reginaldo no vídeo.

Crimeia e o início da crise atual

A guerra atual é uma sequência de um conflito iniciado em 2014 ,quando a Rússia ocupou a província ucraniana da Crimeia e, após muitos embates, anexou o território ao país, baseado inclusive no argumento de que a população da Crimeia era favorável à anexação, diante de referendo realizado à época.

 

Na época, o governo ucraniano negociava sua entrada na Otan e na União Europeia, o que não foi bem aceito pela Rússia, que não considerava tirar a Ucrânia da sua zona de influência. Esse contexto deixou a população dividida entre apoiadores da Rússia e favoráveis à aproximação da Otan, o que resultou na deposição do presidente  pró-russos Viktor Yanukovych. O professor Reginaldo explica detalhes no vídeo:

Na região da Crimeia, ficam a base naval russa de Sevastopol e a Frota do Mar Negro. A Rússia também incentivou rebeliões separatistas na fronteira com a Ucrânia. Foi nessa época, inclusive, que um avião da Malaysia Airlines, onde estavam 300 pessoas, foi derrubado por um míssel. Há suspeitas que o projétil foi lançado por movimentos separatistas. 

Tanto a Ucrânia como a ONU não reconhecem a agregação do território da Crimeia à Rússia, e isso faz parte dos fatos que explicam o problema atual. Há uma crise diplomática entre Rússia e Ocidente, inclusive, com sanções impostas por alguns países aos russos. 

A anexação da Crimeia pela Rússia ocorreu de forma relativamente pacífica, porém, desde 2014, persiste uma guerra no leste da Ucrânia. Separatistas apoiados pela Rússia lutam pela independência de duas regiões ucranianas: Donetsk e Lugansk, auto proclamadas "repúblicas populares" em 2014. A estimativa da ONU é que mais de 13 mil pessoas  já morreram no conflito. 

O acordo de Minsk, assinado em fevereiro de 2015, traçou um plano de paz entre a Rússia e a Ucrânia, sob mediação de França e Alemanha, que está atualmente suspenso. Desde o início da guerra no leste da Ucrânia foram quebrados mais de 20 cessar-fogos acordados.

A guerra entre Rússia e Ucrânia

Em 2021, a Rússia posicionou equipamentos militares pesados nas fronteiras com a Ucrânia. Além disso, destacou mais de 100 mil soldados na Rússia e em Belarus. Muito embora eles pudessem rapidamente ultrapassar as fronteiras ucranianas, a Rússia dizia que estão apenas realizando exercícios militares. 

Diante desse contexto, a Otan também enviou tropas adicionais a seu flanco leste, com apoio de Alemanha, Lituânia, Estados Unidos, Polônia e Reino Unido. No dia 21 de fevereiro de 2022, Putin assinou decreto que reconhece a independência de Donetsk e Lugansk e, no mesmo dia, ordenou que suas tropas entrassem nas duas regiões autoproclamadas repúblicas. No dia 24 de fevereiro de 2022, a Rússia atacou a Ucrânia e iniciou o que especialistas já avaliam como a mais grave crise militar da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

E o vestibular?

São pontos importantes para você observar em toda essa história: o papel da OTAN no mundo atual; relações entre Estados Unidos e Leste Europeu após a Guerra Fria; relações históricas entre Rússia e Ucrânia; geopolítica da Europa, considerando União Europeia e Leste Europeu.